No fim da guerra, muitas maisons parisienses encontravam-se em crise. A européia não tinha dinheiro para encomendar vestidos maravilhosos, que às vezes precisavam de 5 ou 6 provas.
O ready to wear surgiu então como uma alternativa a essa crise.
Em 1967, Yves Saint Laurent decretou o fim da Couture, já não fazia mais sentido recorrer a Alta Costura, apesar dos privilégios de peças exclusivas e feitas sob medida, toda a comodidade de uma roupa prêt-à-porter fez com que a busca pelo couture tivesse fim.

- Traje de Alta Costura em desfile da maison Dior, por John Galliano-
...> Ao vir ao mundo na moda e conquistar domínios citadinos, o prêt-à-porter abalou a arquitetura da soberana “moda de cem anos” e transformou a lógica da produção industrial de moda. Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), um novo estado de demanda de mercado se ampliou a todos os estratos da sociedade e conduziria à “[...] democratização última dos gostos da moda trazida pelos ideais individualistas, pela multiplicação das revistas femininas e pelo cinema, mas também pela vontade de viver no presente estimulada pela nova cultura hedonista de massa [...] cultura do bem-estar, do lazer e da felicidade imediata. A era do prêt-à-porter coincide com a emergência de uma sociedade cada vez mais voltada para o presente euforizada pelo novo e pelo consumo”, nas palavras de Gilles Lipovetsky.

- Look prêt-à-porter em desfile da Chanel, por Karl Lagerfeld-
Apesar de produzir peças industriais em série “para todos”, o prêt-à-porter quis adicionar um quê de moda a estes produtos, quis unir a indústria à moda, acrescentando estilo às ruas, um plus criativo às peças básicas. As galerias Lafayette, o Printemps e o Prisunic foram experimentos iniciais nesse sentido, com grandes magazines nos anos de 1950. Para tanto, o prêt-à-porter se associou a estilistas para, enfim, agregar valor estético aos produtos, compondo as diretrizes dos escritórios de consultoria de estilo. Com o estilismo, o vestuário industrial de massa muda de estatuto, tornando-se definitivamente um produto da moda. Mais do que apenas uma mutação estética, o prêt-à-porter propiciou uma mutação simbólica.
Paralelamente à “estetização da moda industrial”, o prêt-à-porter hasteou um símbolo de alta classe: a griffe. A partir disso, as marcas industriais se iniciaram no universo da publicidade. Marcas que deveriam ser intrinsecamente articuladas à assinatura de um estilista ilustre para atrair os investimentos publicitários, arrogando um timbre personalizado aos milhares de peças idênticas produzidas nas usinas, um timbre que as faria desejadas. Assim, “imprimia-se alma à indústria”.
Com o arremate da “moda de cem anos” (1960-1970), um novo período teve sua estréia: a moda aberta, finalmente democratizada às massas. Consolidou-se a fase sistematizada com os novos focos de mercado e novos critérios criativos e uma produção maquinada por criadores profissionais, uma lógica industrial serial, coleções sazonais, desfiles de manequins com fins publicitários.
[http://www.fashionbubbles.com/2008/a-importancia-historico-sociologica-do-pret-a-porter/]
xoxo;*
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